40 amigão, e agora?
Esse pretenso artigo não vai valer a cinquenta centavos do leitor, mas se alguém cobrar por muito mais que isso, é político ou é da igreja. Além do mais, o blog é de graça, como disse o grande Machado de Assis, em Memórias Póstumas: "se lhe valer a leitura muito que bem, senão pago-lhe com um piparote..".
Porque digo isso?
Porque não é todo mundo tem a idade que estou prestes a completar. Ninguém aí da blogosfera tem 40 anos ou mais, e se o tem, mesmo assim não garanto os cinquenta centavos, apenas o piparote....
O fato é que nesse período pós recuperação do tornozelo encontro-me numa situação peculiar: por tudo que me aconteceu, fiquei sem jeito de aceitar o velho emprego de volta. Eles já não me queriam na mesma função. Queriam-me fazendo algo que eu não sei, com o notório propósito de enrolar-me, para que, ao término da minha estabilidade, dissessem-me: "-Não vales um piparote, o que temos pra você é o olho da rua". A dor é sempre inevitável, mas o sofrimento é opcional, então, abreviei o meu sofrimento pedindo logo as contas e abrindo mão da tal estabilidade.
Mas eis-me aqui voltando ao mercado de trabalho, cheio de energia. Curiosamente, embora o mercado de trabalho esteja aquecido, minha familia, meus pais exatamente, querem que eu me dedique a um negócio próprio, coisa que, de certa forma, já venho fazendo.
Mas olho aqui e alhures e penso se não podia arranjar um empreguinho bem bom, perto de casa, que pagasse bem, que tivesse meu ritmo, enfim, essas coisas que não existem...
O fato é que, tivesse eu fazendo 30 anos, com o complexo de Peter Pan e a imortalidade do Superman, nem me preocuparia muito com isso. Mas aos 40 os riscos vão se acumulando. Se inicio um negócio próprio há chances de tudo funcionar a contento, caso não, botaria meu curriculum no bloco de rua lá pelos 42 anos, o que não é nada bom.
Se vou para um empreguinho, tudo é "inho". Empreguinho, salarinho, vale-almocinho, etctcinho...
E as vezes fico me perguntando se não é hora de "desabrochar" que, sinto dizer aos agourentos de plantão, não é o contrário de "brochar". É brilhar, é sentir que chegou a hora de, realmente obter meu ganha-pão por mérito das minhas empreitadas. E não porque estou a serviço de interesses alheios. Mas, e se...
E se não der certo?
Pra evitar problemas de consciência eu estou atirando pra todo lado. Como um franco-atirador sem mira, eu revalido uma antiga empresa minha ao mesmo tempo em que coloco meu curriculum nesses sites de emprego. O que vier primeiro e melhor, eu mordo...
Tem gente que tem mais sorte. A estabilidade é de um ano, ou o camarada se recupera mais rápido ou isso ou aquilo. Ou simplesmente ele tem 20 e tantos e tem a vida inteira pra errar e acertar, que afinal é disso que a vida é feita.
Não reclamo do ponto onde estou. O que tenho é o que queria, logo o que preciso daqui em diante é realizar-me. A profissão tem que ser algo a que não se sinta compelido a exercê-la. Nessa idade o bom é começar a ajeitar as coisas para fazer o que se gosta. O resto, não vale a pena.
Não vale a pena perseguir a fortuna, se o caixão não carrega nenhum vintém.
Não vale a pena fazer o que os outros acham que você deve fazer só pra contentar aos outros ou a sua vaidade.
É preciso ter coragem. Enfrentar os desafios sem medo. Mas, ai que medo.
Quando disseram a Napoleão que era um homem sem medo, ele retrucou: "Mas eu tenho medo! Eu digo para as minhas pernas já tremendo diante da batalha iminente: - tremam pernas, tremam bastante pois vocês não sabem onde vou enfiar-lhes daqui a pouco!!"
Ou seja, coragem é ter a consciência do medo, e mesmo assim, seguir em frente...
Sei que o artigo tem pouco de tornozelo e muito de lamento. Mas quem torceu o tornozelo sabe que rima com lamento. E pra finalizar, já que esse post está todo pomposo, todo prosa, como se fosse parar na coluna do Estadão, deixo a famosa frase de Winston Churchill, o homem certo na hora certa na Inglaterra da II Guerra:
"Sucesso é ir de fracasso em fracasso até atingir seu objetivo, sem perder o entusiasmo"
É bom que você pense nisso nas horas de folga, entre uma fisioterapia e outra: "Quando eu voltar, estarei fazendo o que gosto? O que vale a pena?"
É isso. Fico devendo um piparote.
Paciência e Força.
Porque digo isso?
Porque não é todo mundo tem a idade que estou prestes a completar. Ninguém aí da blogosfera tem 40 anos ou mais, e se o tem, mesmo assim não garanto os cinquenta centavos, apenas o piparote....
O fato é que nesse período pós recuperação do tornozelo encontro-me numa situação peculiar: por tudo que me aconteceu, fiquei sem jeito de aceitar o velho emprego de volta. Eles já não me queriam na mesma função. Queriam-me fazendo algo que eu não sei, com o notório propósito de enrolar-me, para que, ao término da minha estabilidade, dissessem-me: "-Não vales um piparote, o que temos pra você é o olho da rua". A dor é sempre inevitável, mas o sofrimento é opcional, então, abreviei o meu sofrimento pedindo logo as contas e abrindo mão da tal estabilidade.
Mas eis-me aqui voltando ao mercado de trabalho, cheio de energia. Curiosamente, embora o mercado de trabalho esteja aquecido, minha familia, meus pais exatamente, querem que eu me dedique a um negócio próprio, coisa que, de certa forma, já venho fazendo.
Mas olho aqui e alhures e penso se não podia arranjar um empreguinho bem bom, perto de casa, que pagasse bem, que tivesse meu ritmo, enfim, essas coisas que não existem...
O fato é que, tivesse eu fazendo 30 anos, com o complexo de Peter Pan e a imortalidade do Superman, nem me preocuparia muito com isso. Mas aos 40 os riscos vão se acumulando. Se inicio um negócio próprio há chances de tudo funcionar a contento, caso não, botaria meu curriculum no bloco de rua lá pelos 42 anos, o que não é nada bom.
Se vou para um empreguinho, tudo é "inho". Empreguinho, salarinho, vale-almocinho, etctcinho...
E as vezes fico me perguntando se não é hora de "desabrochar" que, sinto dizer aos agourentos de plantão, não é o contrário de "brochar". É brilhar, é sentir que chegou a hora de, realmente obter meu ganha-pão por mérito das minhas empreitadas. E não porque estou a serviço de interesses alheios. Mas, e se...
E se não der certo?
Pra evitar problemas de consciência eu estou atirando pra todo lado. Como um franco-atirador sem mira, eu revalido uma antiga empresa minha ao mesmo tempo em que coloco meu curriculum nesses sites de emprego. O que vier primeiro e melhor, eu mordo...
Tem gente que tem mais sorte. A estabilidade é de um ano, ou o camarada se recupera mais rápido ou isso ou aquilo. Ou simplesmente ele tem 20 e tantos e tem a vida inteira pra errar e acertar, que afinal é disso que a vida é feita.
Não reclamo do ponto onde estou. O que tenho é o que queria, logo o que preciso daqui em diante é realizar-me. A profissão tem que ser algo a que não se sinta compelido a exercê-la. Nessa idade o bom é começar a ajeitar as coisas para fazer o que se gosta. O resto, não vale a pena.
Não vale a pena perseguir a fortuna, se o caixão não carrega nenhum vintém.
Não vale a pena fazer o que os outros acham que você deve fazer só pra contentar aos outros ou a sua vaidade.
É preciso ter coragem. Enfrentar os desafios sem medo. Mas, ai que medo.
Quando disseram a Napoleão que era um homem sem medo, ele retrucou: "Mas eu tenho medo! Eu digo para as minhas pernas já tremendo diante da batalha iminente: - tremam pernas, tremam bastante pois vocês não sabem onde vou enfiar-lhes daqui a pouco!!"
Ou seja, coragem é ter a consciência do medo, e mesmo assim, seguir em frente...
Sei que o artigo tem pouco de tornozelo e muito de lamento. Mas quem torceu o tornozelo sabe que rima com lamento. E pra finalizar, já que esse post está todo pomposo, todo prosa, como se fosse parar na coluna do Estadão, deixo a famosa frase de Winston Churchill, o homem certo na hora certa na Inglaterra da II Guerra:
"Sucesso é ir de fracasso em fracasso até atingir seu objetivo, sem perder o entusiasmo"
É bom que você pense nisso nas horas de folga, entre uma fisioterapia e outra: "Quando eu voltar, estarei fazendo o que gosto? O que vale a pena?"
É isso. Fico devendo um piparote.
Paciência e Força.
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